Depressão - parte 4

10/08/2015 15:11

Existem alguns temas que são pouco discutidos e explorados, talvez pela falta de compreensão ou pelo pensamento ilusório de que “se não falarmos sobre, isso não acontecerá”. Assim foi com o tema drogas, mas aos poucos, isto vem mudando. Muitas mensagens sobre o mal que drogas fazem eram transmitidas para os jovens, o que não surtiu efeito. Hoje se sabe que o assunto drogas deve ser discutido em casa, nas escolas e redes dos jovens, pois quanto mais informações, mais critérios uma pessoa terá antes de fazer a escolha de usar ou não.

E é com esse pensamento que quero abordar o tema desse artigo. Suicídio. Porque esse tema é pouco explorado entre as pessoas?

Suicídio

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio está entre as dez maiores causas de morte em todos os países e entre as três maiores causas de morte para as pessoas entre 15 e 35 anos. Pessoas com transtorno de humor (todos os tipos de depressão e transtorno bipolar) que não têm diagnóstico e não estão em tratamento, têm maior probabilidade de cometer suicídio.

A depressão é um fator para o suicídio tanto para adolescentes quanto para idosos; estudos atuais revelam que aqueles com depressão de início tardio (depressão involutiva – vide artigo Depressão – parte 3) estão em maior risco.

Fatores que estão associados ao suicídio:
- transtornos mentais (depressão, alcoolismo e transtorno de personalidade).
- doenças físicas (doenças terminais, dolorosas e/ou debilitantes)
- tentativas anteriores de suicídio
- história familiar de suicídio
- isolamento social
- desemprego ou aposentadoria
- luto na infância

Fatores estressores que levam ao suicídio:
- separação matrimonial
- luto
- problemas familiares
- alterações no status ocupacional ou financeiro
- rejeição de uma pessoa significativa
- vergonha e medo de ser culpado de algo
- sensação de exclusão e não integração
- desesperança e falta de perspectiva para o futuro
- humilhação

Os pacientes que comentem suicídio normalmente dão alguma pista ou aviso antecipadamente. Todo tipo de ameaça deve ser levado a sério. Existe o mito de que pessoas que falam sobre suicídio ou “ameaçam” se suicidar nunca cometerão suicídio. A procura do profissional adequado (psiquiatra e psicólogo) é extremamente importante nesses casos.

Conversar abertamente sobre o suicídio, sem repreensão ou rejeição, frequentemente reduz a ansiedade a respeito deste tema, fazendo com que a pessoa se sinta aliviada e compreendida. O pensamento suicida, se tratado adequadamente, pode ser minimizado e até mudado.

É possível, principalmente com ajuda profissional, que uma pessoa que pense em suicídio ou que tenha tentado suicídio mude seu estado atual para outro estado melhor. O autoconhecimento e autodesenvolvimento auxiliam muito neste processo.

Talvez, o primeiro, o principal passo seja procurar ajuda... E deixo, para finalizar a Oração da Serenidade, muito usada nos grupos de Narcóticos Anônimos.

“Concedei-me Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para distinguir umas das outras.”

O item Comentários: Depressão - parte 4 se encontra no final deste artigo, é um espaço para tirar dúvidas, relatar experiências - se você passou/passa ou conhece alguém que vivencia essa "doença moderna" - fique a vontade se preferir manter o anonimato. Essa abertura tem o intuito de fazermos uma rede onde compartilhar as próprias experiências pode trazer conforto a si e a outras pessoas que passam pela mesma situação.

Também existe a possibilidade, caso prefira, de perguntar/relatar algo em particular, pelos telefones e e-mail no campo Contato.

 

Por Fernanda Vassallo Visciani
CRP 06/117697

Celular: 98193-8024

 

Revisão Jussara Pontes Cortes
Celular: 99990-7164

Referências Bibliográficas

OMS. Prevenção do Suicídio. Genebra, 2006.

Ministério da Saúde. Prevenção do Suicídio. 

CANDIANI, Márcio. Suicídio, mitos e verdades. 2015

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